abstract This paper compares the development of the cities of Brasília (Brazil) and Johannesburg (South Africa) through the analysis of event and everyday dualisms, as well as life and non-life. Based on a historical methodology and in the light of anthropological theories, we indicate how the constitution of these two apartheid spaces, these events and everyday life, are related through the realization of eugenic utopias that reify people already racialized in colonization. People who still have a dubious function of object and abject. Thus, we point the cement as an actor of the technosphere in the Negrocene, as Malcon Ferdinand suggested and, in the calculation of its transformation into concrete, we see how indispensable people (lives) read by capitalism/colonialism as commodities (non-life), are extracted from the residues of colonial political arrangements. Finally, we conceptualize modern cities as necropolis without forgetting that the alternatives to colonialism, presented by black histories, may indicate different experiences of what body and space are.
resumo Este artigo compara o desenvolvimento das cidades de Brasília (Brasil) e Joanesburgo (África do Sul) pela análise dos dualismos evento e cotidiano; vida e não-vida. A partir de uma metodologia histórica e à luz das teorias antropológicas, indicamos como a constituição desses dois espaços do apartheid, esses eventos e cotidianos, se relacionam pelas concretizações das utopias eugenistas que reificam pessoas já racializadas na colonização. Pessoas que continuam tendo uma função dúbia de objeto e abjeto. Assim, apontamos o cimento como ator da tecnosfera no Negroceno, como sugeriu Malcon Ferdinand e, no cálculo de sua transformação em concreto, vemos como são indispensáveis as pessoas (as vidas) lidas pelo capitalismo/colonialismo como commodities (não-vida), extraídas dos resíduos dos arranjos políticos coloniais. Por fim, conceituamos as cidades modernas como necrópoles sem nos esquecer que as alternativas ao colonialismo, apresentadas pelas histórias negras, podem indicar experiências distintas do que seja o corpo e o espaço.